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Gestores médios atuam sob quatro papéis, mostra estudo

Pesquisa mostra que a média gerência pode assumir quatro papéis em seu trabalho de fronteira entre a alta administração e os demais colaboradores

Uma pesquisa etnográfica (7 meses de observações e 155 entrevistas) procurou entender como os gerentes de nível médio operam no dia a dia. O estudo foi realizado por Ricardo Azambuja, professor associado da Fundação Dom Cabral (FDC) e da Rennes School of Business, da França, com a colaboração de outros dois professores (Gazi Islam, professor da Grenoble Ecole de Management, e Annick Ancelin-Bourguignon, da ESSEC Business School) e recentemente foi publicado no prestigiado Journal of Management Studies, com o título Walling in and Walling out: Middle Managers’ Boundary Work (algo como Murando e eliminando muros: O trabalho de fronteira dos gestores médios). Quatro atuações, ou trabalhos, da média gerência nas ‘fronteiras’ entre os atores organizacionais foram identificados. São eles:

Fronteira Barricada

‘Barricadas’ são fronteiras fáceis de ver e difíceis de cruzar. Os gerentes de nível médio erguem barricadas para destacar e legitimar suas próprias posições, tornando-se guardiões essenciais das práticas organizacionais. Posicionando-se como porta-vozes da administração para seus funcionários e porta-vozes dos funcionários para a administração, eles enfatizam a autonomia e a autoridade. Adotando práticas únicas para suas próprias unidades, eles as tornam indecifráveis para os outros, criando esferas de ação paralelas onde podem exercer controle único.

Fronteira Fachada 

As ‘fachadas’ dão a impressão de limites sólidos, mas na prática são porosas e insubstanciais. Os gerentes de nível médio utilizam este tipo de fronteira quando desejam marcar simbolicamente diferenças entre grupos que, na prática, exigiriam colaboração e trocas contínuas. A fachada permite regular a troca em momentos-chave e manter um equilíbrio entre autonomia e relacionalidade. No trabalho de fronteira de fachada, os gerentes são capazes de agir de fato sem desafiar ou questionar as hierarquias organizacionais estabelecidas, uma estratégia que lhes permite flexibilidade.

Fronteira Tabu 

As fronteiras ‘tabus’ são aquelas que não devem ser faladas, embora permaneçam operativas. O trabalho de fronteira de tabu ocorre em grande parte entre os gerentes que são pares, onde cultivar um espírito de colegialidade e cooperação exige ignorar diferenças de poder estabelecidas ou interesses diversos. Enquanto as fachadas envolvem a divulgação de diferenças quando se engajam em conexões, os tabus mantêm as diferenças sub-reptícias, conservando uma camada de união. Muito do que é relacionado a fronteira tabu envolve competição por recursos escassos ou status entre os gerentes. Tornar essa competição visível prejudicaria a capacidade de recorrer uns aos outros por recursos e habilidades essenciais.

Fronteira Fantasma 

Enquanto as três formas anteriores de trabalho de fronteira envolviam diferenciações contínuas de grupos (seja por meio de marcadores visíveis ou obstáculos à interação), também foram identificados momentos sutis, e muitas vezes provisórios, em que as fronteiras seriam ‘desaparecidas’ ou ‘varridas para debaixo do tapete’, proporcionando a gerência média a obtenção de comunicação mais ágil e menores prazos de entrega dos projetos. Nessa situação, as fronteiras não desaparecem permanentemente, mas são colocadas de lado temporariamente. Rotulamos essa forma de trabalho de fronteira ‘fantasma’ porque muitas vezes criava uma ambiência marcada pela presença da ausência de fronteira, onde a fronteira é percebida em um sentido mínimo dado a atuação gerencial. Embora muito mais liminar e implícita, essa estratégia ‘negativa’ permite flexibilidade, maior interação e promove hierarquias mais planas do que seria possível de outra forma.


Fonte: Fundação Dom Cabral

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